CAMINHOS

Eterno poeta de tempos ilusórios e sonhos perdidos.

Não se atreveria a tentar dizer o que pensa com medo de errar

e chocar os mais fracos.

Escolhe calar.

Escolhe não,

outros escolheram.

De tanto falar do tempo e da voz,

perdi os rumos,

agora não sei pra que nem pra onde.

Olho pra todos os lados,

vejo várias estradas.

Eu queria não ver,

Deus como eu queria não vê-las...

Eu não quero ter que decidir,

isso já me doeu tanto!

Cada vez que pus meus pés no chão

senti os espinhos de cardos cruéis,

longos filetes de sangue derramavam de mim.

De uma vida inteira só trago feridas nas mãos.

Minha cabeça há muito já perdeu o rumo,

meus olhos doem quando olho,

meus ouvidos transbordam de promessas vãs,

de palavras vagas que se perderam na própria insuficiência de existir.