Escuridão

Ter ver/

Não é mais excitante/

Chegava do nada/

Olhava os teus olhos/

Via o mundo em segundos/

Aquela chama surgia/

Queimava a alma/

Fervia o peito/

Com uma alegria infanto juvenil/

Feito só para dois/

Era o som, as nuvens na estrada/

As flores, o beijo/

A noite, as horas/

Aquela saudade/

Acorde de uma profundidade/

Numa essência/

Que as diferenças se ocultavam/

Hoje, porém,

A dor é a frequência do rádio/

Não se diz amor/

Não se cunha a felicidade/

O culto é da banalidade/

Que vem afetando a nossa maior idade/