Brancura sombria

Pela manhã,

Ao os olhos abrir,

O que vejo primeiro?

É o branco,

Do teto a me oprimir

Sou por acaso prisioneiro?

Ao sair da cama,

Ainda com sono e de pijama

Caminho com pés pesados

Arrastando-os como na lama

De outros dias passados

O banheiro, de alguma cor

Que não sei bem definir

Também ali a me oprimir

Com sua brancura de dor

Olho no espelho

Para dentro de mim

Mas antes de mais nada

Vejo dentro do olho

Daquele branco sem fim

Não há prisão pior

Do que nós mesmos

Do que o branco que temos

Sempre ao nosso redor

Com o branco que há no mundo

Tudo parece menor

Nada sequer é fundo

nada está a salvo

Do alvo

Que nós mesmos somos

Gabriel Dietrich
Enviado por Gabriel Dietrich em 12/09/2014
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