SANGRANDO

Sangro Barcelona e Gaudi.
Sangra a minha lembrança
de Natal e João Pessoa.
Sangra tudo em que fui criança.
Sangra Rio, Maceió, Maragogi.
Sangra o menino encantado
com a vida. Paris, Madri. A aldeia
sangra mais, de tudo destoa.
Sangra lá o que esqueci de ti,
de mim, do sangue derramado
em vão. Sangra a saudade,
a dispensável despedida de ontem.
Sangra uma dura verdade.
Sangro eu que nada sei, até que contem
de mim, de ti, do vinho na última ceia.

 
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 11/09/2014
Reeditado em 12/09/2014
Código do texto: T4958615
Classificação de conteúdo: seguro