Holocausto
Sob os muros protestados/
Viadutos sem vidas/
Mortes sem saídas/
Lágrimas sob papelão/
Realidade amarga sobre o duro chão/
Fazem da omissão/
Crianças nos cruzamentos/
Perdendo a ilusão/
Sob o relento/
Sob o registro de nascimento/
Apodrecem excluídos/
Amordaçados como a um cão/
Embora a boca escancare de dor/
Dessa democracia amputada pelos figurões/
Que parece procurar perdão/
Quando as pessoas em várias versões/
São enganadas em seus direitos/
Que diante da infração se declaram suspeitos/
Nunca se tem ao pé da forca/
Os culpados da situação/
Estão lá/
Evidentes como chefões/
Mas não se pode tocar/
Assim pessoas/
Vão sendo empurradas aos guetos/
Vão sendo arrastada a miséria/
A juventude aprisionada nas escolas/
Que há anos não ensina,
Mas domina a juventude em seus presídios/
Como campo de concentração/
Parasitas são políticos de tradição/
Operários passam a limpo a nova escravidão/
Homens que morrem dia a dia de indignação/
Imposto pelos senhores da situação/
Que como se não bastasse toda essa luta/
Encarceram em paredões a justiça do cidadão/
Nessa guerra cujo caos aterroriza-se/
O sistema é a insanidade da razão/
Faz Deus pecar/
E ser dessa execução/
O réu/
Quando o responsável/
Diz a canção/
É o homem meu irmão/