Retornando ao pago
Meu Rio Grande,
tão grande, tão meu!
Voltei ao meu pago
que quase esqueceu
do filho sumido, ingrato!
E refaço o retrato
que o tempo apagou.
Tanto tempo passou,
o filho retorna à casa adorada,
mas o vício da estrada
me acompanhou.
Sem o dom do descanso,
voltei ao remanso
para reabastecer.
É aqui, no meu pago querido,
meu recanto escondido,
que carrego as pilhas,
mato a saudade das filhas
e recomeço a andar.
Nesse meu caminhar.... tão insano,
errado, humano...
tão fiel... tão profano!
Sou mais velho agora,
a rapidez de outrora
se esconde de mim.
Então sigo assim,
devagar como o corpo permite,
para um andarilho que insiste
em nunca parar.