PRESENÇA

Deus! Que dor!

Não consigo mais pensar!

Com essa dor que me trucida,

que mata a minha carne,

massacra meus sentidos...

Meus sentidos atentos as suas ordens...

Crueldade atroz,

crueldade que me excita,

crueldade que me desespera,

crueldade que me aproxima de ti,

do querer e do não querer,

do desejar e não desejar,

na unicidade e na duplicidade...

Dor e prazer,

delírio e êxtase,

sem noção mais de querer

limites, distâncias...

Dor! Só dor que anestesia,

que sangra e devora...

Misericórdia para uma cadela,

piedade para a tua cadela!

Eu me quedo a teus pés

e ofereço-te essa dor em sinal de devoção,

para que possas ter a misericórdia

de a aceitares!

E ofereço-te meu pranto,

meu sofrimento,

só para obter tua misericórdia!

Escuta-me senhora!

Ouça meu latido!

Eu lhe imploro humildemente por tua piedade,

por tua complacência!

Tome tudo, por favor!

carline
Enviado por carline em 11/09/2014
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