O sétimo vagão
No sétimo vagão
Enquanto Deus dormia
Saudade para a morte, seguia
O gordo recostado à janela
Olhos fechados e boca aberta, sonhava
Arrulho de pombo se ouvia
A jovem, brilho nos olhos
Em pensamentos perdida
Ventre sob suas mãos crescia
A criança incomodada
Choramingava suplicante
Sem nada entender que havia
O homem metido em terno escuro
Respeitável e austero
Ao seu amor traia
O estudante olhando de esguelha
Tirando da mochila o pacote,
Mais um gole de pecado sorvia
Sentimentos únicos
Intimidades perdidas
Vida explodindo no sétimo vagão
Enquanto Deus dormia