FRENESI
 
A loucura não a deixava
Fingir
Então fingir
Seria por quase tudo
Que queria fazer
Fugir
Sair de si
Ir ao encontro
Rebuscado
Do culpado
Da solidão que a visitava
Sempre a noite
Sempre noite
Havia mais alguém
Em sonhos
as vozes ao longe
Gritando
Por seu corpo
Monotonia
Antes do batom
Ser escolhido por ela
Pra dizer antes dela
Qual tom seria
Um tal gosto que
Não existe dentro de mim
Qual moço se atreveria
a buscar meu sim
deixa a bolsa cair
pra que possa sair
aos olhos de outrem
vier me ver
ao chão de joelhos
coxas que erguem
minha pouca roupa
maquiagem e um
pequeno espelho
me lançam o rosto
de um suspeito
decidido a ajudar
meu disfarce
minha outra face
não guarda rancor
de abrir
a pequena bolsa
de meus segredos
todos eles espalhados
ao que se curva
parece pegá-los
sem luva
como se deles soubesse
a valia do poder que tem
há alguém além deles
que se cobre deles
pra enganar-se só
o que pode ser nós
não irá precisar destes.