Porque a amo, Irmã.


Por tantas vezes me lancei a procurar em meio
Às tantas razões para me manter só, doravante,
Nesta infinda fuga que então empreendi diante
Das tantas adversidades deste mundo sem esteio.

Recolhi-me em minha solidão, tornei-me asceta,
Refugiei-me em meu recôndito, fiz-me ermitão,
Vaguei pelas paragens do deserto da alma, em vão,
Fugindo do destino que sempre persegui como meta.

Sem sequer mero lume a me indicar o caminho,
Em meio à total escuridão que envolve e medra,
Quedei-me a esperar o destino, deitado em pedra,
No aguardo de único gesto de amor, de carinho.

De repente, surgiu a minha frente e deu-me a mão,
Acolheu-me em seu colo e fez-me sentir amado,
Bem mais do que antes tenha um dia desfrutado,
E me mostrou o significado da palavra IRMÃO.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 09/09/2014
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