Cidades Invisíveis
Sai do chão/
Sai de qualquer lugar/
Legião de miseráveis/
Molestados/
Pela corrupção/
Quase sem feições/
Fazendo o povo todo/
Expo-se em nostalgia/
Acreditando num senhor/
Da situação/
Que promete aos sedentos/
Um coração/
Pobres almas/
Amantes da dor/
Cárceres privados da ilusão/
Que procurando o cais do porto/
Encontram a indignação/
Nas escolas lhes ensinam a pedir perdão/
Nos hospitais iludem a visão/
Nas esquinas das ruas vende-se a fome
E a esperança justifica a cada dia a distância da realidade
São famílias inteiras/
Sem sabe aonde ir/
Caras e bocas prontas para desistir/
Olha-se para os lados/
Procura-se nos papeis/
Nos acordos fieis/
E fica-se como olhar na pergunta que não cala:
Onde está a cidade/
Que prometeram?/