Delírios Setembrinos
Olhares caleidoscópicos
engolindo cores e sentimentos
prismáticos; voláteis incógnitas
e averiguações poéticas e sensações
aristotélicas e embriaguez
em mesas feridas por copos
derramando goles de versos
em cima de corpos e de metáforas.
Momentos pinkfloydicos e blues
sorrateiro e notívago e um jazz
de acordes cromáticos e escalas
alienígenas; música do cosmo
ressoando e ecoando por tímpanos
e os desejos aflorados adormeceram
em florestas de árvores outoniças
onde escrevi meus versos em caules
com canetas de prata e eloquência;
pincéis burilados e uma pena em nanquim
desestruturando minhas estruturas
mas, sou oblíquo em noites sem luar
e, meu sol é fervente nas manhãs esquálidas
então, rego os sonhos com sangue de cordeiro
e os sacrifícios vem e vão, sem pressa
desde os tempos úmidos da Babilônia.
Ah, a poesia me faz delirar incessantemente;
minhas angústias setembrinas deixaram-me em paz
pois, além da inspiração eu tenho seu amor
que apazígua minhas dores cotidianas.