DOR SEM CURA, DOR PURA
Dor que dói
Que machuca
É tanta dor
Que nos mói
Que inflama
Que maltrata
Que sofre
Que desengana
Dor sem esperança
Que não supera
Dor sem bonança
Que desespera
Dor maldita
Que não supera
Dor que grita
Que agita e irrita
Dor sem sentido
E no silêncio um grito maldito
Que envolve e desenvolve
Sem alívio, sem cura
É a dor, pura dor pura
Dor que extravasa
Que invade
É a dor, só dor
Que inferniza o interior
Dor sem final
Corroendo tudo
É a dor do mal
Matando aos poucos
Tudo o que é real
E no final da dor
Corroendo o interior
Só o corpo permanece
E a todos entristece
Sandra Leone
21.30hs
31.05.88
P.S.: Fiz essa poesia aos 28 anos de idade, no dia da morte da minha mãe que tinha câncer na laringe....e ela faleceu às 23:00hs desse dia e eu nem sabia...E essa foi a descrição do tempo que passei ao seu lado com essa doença...