Silêncios
Meus loucos espaços
Calam-se
Das coisas
Pré-concebidas.
As vezes quem chega
Não chega cedo
Nem tarde demais
Apenas chega
Repleto de histórias
E de fantasmas mortos
No caminho.
D’outras vezes quem chega
Tão-somente chega
Inteiro
Transbordando
O vivido pelas estradas,
Palavra em punho
Como tácita espada
E um sonho ao erguê-la
Se faça novo destino.
Encher-se de amor, talvez
E Amar
Para além das feridas
E das palavras vãs
Que tocam no incerto
De todas as coisas mortas.
Calem-se
Os loucos espaços
Pré-concebidos
De nós.
Ainda estamos sós
E nem sequer tentamos
A travessia.