IN-VERSOS
O mundo reza as suas loucuras...
Faço-me de surda...
Coração e mente atentos, apenas,
ao que brotar lá do íntimo...
Que tenho eu a ver com essa dança mórbida?
Eu amo as gaivotas,
planando livres,
nas tardes, sobre o mar, no verão.
Recuso-me à marcha fúnebre...
É a vida que me encanta...
A flor surgida ao acaso,
ao beijo dos colibris...
Coisa que eu faça aqui,
não seja mais que a expressão
ao encanto do existir,
e olhar de quem vê riquezas
nas coisas simples, reais...
Tudo o mais deixo de lado,
mesmo que o pobre legado,
que eu deixar, não seja mais,
que versos, retrato inverso,
dos tratados surreais...
Só poema ao que me agrada,
seja os versos que eu fizer...
Bagagem, não leve nada...
Nem eu vá, fique ao prazer...