QUEM ERA ELE?
 
 
Sua vitimada vestida
Como que sósia
Invertida
Da vida que possui
quer acender
quem vai acender
seu fogo
na noite ao devaneio
de qualquer
cavalheiro
até mesmo
aquele forasteiro
que nunca a viu
abre sua coleção
de odores incolores
necessitando
que alguém se misture
provoque um distúbio
mescle o fruto carnoso
a seu gosto
termine a fissura
onde a fissura
é um lance de mãos
entre mãos que
vão e vem
descem sem saber
anoitecem num calor
perdido
entre o que queira
estar vestido
querendo vestido
estar apenas dele
como a lua
é vista pelo sol
cabe ao sol
escondê-la da rua
vamos em fim ao sossêgo
das paredes
quero aquela sede
que encontrei entre os dedos
o segredo
era saber que cor
preferiu esconder
sua saia de couro
apenas marcas deixou
feiche diabrura
de mulher
convida p’ra que abra
retire o véu
noiva da fome
 homem do bordel
tinha um codinome
n’uma tatuagem
por nome
descendo as corredeiras
de suor
ela pode ler
“sou o vesúvio adormecido
Ouse teu barco na ilha
Serás minha louca
Princesa nua”...