Jogo de damas
Ver-te, como eu te vejo agora, nua, na cama,
Teu corpo quadriculado como se um tabuleiro
E teu olhar piegas a me desafiar, por inteiro,
Tudo que és e que tens, para um jogo de damas.
E nos lançamos incontinentes neste jogo insano,
Estudando-nos um ao outro, aos movimentos,
Permitindo que nossas peças toquem por momentos,
Em estratégias talvez delineadas por cada plano.
E mútuas peças se arrastam, deslizam, se tocam,
Transpassam, encaixam e se comem, autofágicas,
Uma a outra, reciprocamente, de formas mágicas,
Por tantas vezes encurraladas se não se focam.
Não, não me come agora! – tu me suplicas e chora
E eu gentil acedo, deixo para te comer mais tarde,
Aquiesço, ainda é cedo, e sem mesmo fazer alarde,
Tu me enganas e me come por tantas vezes na hora.
Às vezes, até mesmo transitam o negro e o branco
Pelos longos corredores pelo outro escancarados,
Para ao final da disputa, quando desejos saciados,
Não existe vencido ou vencedor, só o amor franco.
Ver-te, como eu te vejo agora, nua, na cama,
Teu corpo quadriculado como se um tabuleiro
E teu olhar piegas a me desafiar, por inteiro,
Tudo que és e que tens, para um jogo de damas.
E nos lançamos incontinentes neste jogo insano,
Estudando-nos um ao outro, aos movimentos,
Permitindo que nossas peças toquem por momentos,
Em estratégias talvez delineadas por cada plano.
E mútuas peças se arrastam, deslizam, se tocam,
Transpassam, encaixam e se comem, autofágicas,
Uma a outra, reciprocamente, de formas mágicas,
Por tantas vezes encurraladas se não se focam.
Não, não me come agora! – tu me suplicas e chora
E eu gentil acedo, deixo para te comer mais tarde,
Aquiesço, ainda é cedo, e sem mesmo fazer alarde,
Tu me enganas e me come por tantas vezes na hora.
Às vezes, até mesmo transitam o negro e o branco
Pelos longos corredores pelo outro escancarados,
Para ao final da disputa, quando desejos saciados,
Não existe vencido ou vencedor, só o amor franco.