A CONCUBINA FALA

 
Era acompanhante
De verões
e invernos que
Só conheciam
Estandartes
as belezas de campo
E jardins
 os belos dias
Em elos cingidos
A ouro e prata
Trazidos da epopéia
De luzes
Da qual ela procurava
Sempre se existia
No sempre alguma
Se deitava sozinha
Como modelo
Encarnada
Dos sonhos que tinham
Derrotados
Mas bem vistos
Sinais de polvora
Em olhos que a devoram
Como carne oferecida
Lençois trocados
Depois da visita
Retiravam o pecado
Que ela trazia
Afrodite as heras
Crescem nas paredes
Como aquela dama
Que vi na cama
Querendo ser eu
Morfeu há morcegos
Demais no ego
Desmedido
Do senhor que de mim
ofereceu
Eu retrato o caminho
Nas brumas que sossegam
A noite
No desespero
Que outra noite
Me trará como abrigo
Do que deles partiu
Antes mesmo
De serem dois
Elos cobrados
Entre dedos tremidos
Pra aceitarem a morte
Das suas vidas
Que o interesse roubou
A serem vendidas
Objetos na estante
Da triste loja
Recanto das horas
Do retrô
Minas antigas que o tempo
Levou.