Lágrimas de Sangue

Só vejo rios de desilusões

Olhos que já não brilham

Despencam lágrimas nas cachoeiras

E o rio continua seco

Mesmo no silêncio, já não ouço o coração

Pois este não bate mais

Meu sangue transborda através de minhas feridas

E estou ficando vazia

Se olho para o céu,

Não vejo nada além de nuvens de sonhos perdidos

E vejo enormes morros ao meu redor,

Pilhas de destroços de vida

Eu não sei como construir

Destruir é tão mais fácil...

O que sei é recordar

Perdidas memórias inexistentes

As músicas cantam falsidade

Só os pássaros sabem cantar

Mas já não sabemos mais ouvir

Estúpida surdez

Nossas histórias já são todas iguais

Contadas em livros saborosos aos cupins

Existiu mesmo esse tempo de que falam

Em que contavam-se histórias fascinantes?

Houve tempo um dia,

Num dia que se tivesse tempo?

Ou a correria é invencível

E todos estaremos sempre atrasados?!

Superficial... é tudo assim?

Por que ninguém consegue enxergar através da imagem no espelho

E descobrir quem realmente está lá?

Por que o egocentrismo está dominando essa sociedade?

Não consigo sentir mais nada

Além de saudade daquilo que

Está em minha memória

E me pergunto se foi real

Eu já não sei confiar

Não sei acreditar

Perdi a sanidade

Ou foi "só a minha cabeça"?

Meu coração é um quebra-cabeças

E eu não sei montar

Ninguém sabe.

Quantas peças já foram perdidas...

E por que escrevo?

Se sei que são só palavras

E por que existo?

Ninguém sabe de nada...

30/12/10

Dancker
Enviado por Dancker em 06/09/2014
Código do texto: T4951878
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