LIMITES

Conhecer os limites extremos da dor

que martiriza o corpo e a carne

na navalha cortante

dos poros em aberto...

os limites se tornam fascínoras

da ultrapassagem da chegada

porque devassam a alma

lacrimejante da luxúria... Assim como um sáfiro da dor

ela encanta e desencanta o ser

na descontinuidade do absorver

o desejo sincopado do dever...

Limites travestidos da angústia

que se acasalam com o ódio desperto

despertando a ira do vento

na roupagem devassa do gozo...

No extremo da dor

onde o frio estupra a alma

na carícia do corte

que sangra a pele do sentir...

Ele rompe as cloacas

do desvairado coração

na ponte que se abre

da safena do iceberg...

É a morte que chega

no trem da crueldade

que arrebenta os trilhos

da estação da loucura...

É o mergulho sem volta,

a flecha que parte sem rumo

e estica seus fios de aço

na teia da vertigem...

Mergulho indecente

de uma chama incandescente

que apaga o fogo da brisa

na cascata da ilusão...

Ultrapassar o possível

perverso do impossível

onde os passos não mais se sentem

na escadaria da bofetada...

Ela estala o ar

e te acorda no dentro

dó implodir a tristeza

do grito estancado e sufocado...

Caminhar ao extremo

e sentir o desfalecimento...

Desmaio das cinzas

do luto da imensidão

das horas do querer...

Saber que o sinal abriu

no alerta do desejo

e mesmo em meio ao não

no chicote a encontrar

ultrapassar o que não pode...

O olhar fotografa

na alma que chora

o vazio do nascimento

do limite ultrapassado...

carline
Enviado por carline em 06/09/2014
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