N vezes
Tantas vezes,
As coisas se repetiam
De maneira diferente.
Sempre do mesmo jeito
Contando dias indigentes
Não se sabia quando acabava
E nem de que jeito aquilo começava
Era fluido de algo afora que existia
Era fenômeno, que vinha junto com o dia
E a noite fermentava e piorava
Inúmeras vezes,
O dia era um atrevimento
Uma ameaça aos olhos do isolamento
Que no escuro
Fazia parte de tudo
Em lampejos de desejos, tantas vezes
Foi mecânico o que se sentia
Bem e mal, noite e dia se confundiam
Era fatal, a impressão que a alma expelia
Tantas vezes, sentado, se implorava
Uma ressalva no espaço tempo
Com cigarros, whiskey
E um belo ser compreensível
Distanciados de qualquer sofrimento