Morre-se aos poucos todos os dias
Morre-se aos poucos todos os dias
Enquanto lá fora é primavera
E aqui dentro
Tantos quereres
Chovem tua ausência
E as marés de teus olhos
Vazantes de mim
Entram em cópula com a lua
Minguante.
Embarcações saem
Sem destino sobre a pele
Nua
E as árvores se vestem de flores
Enquanto morre-se
Aos poucos
Num vendaval de setembros
Que inda chovem invernos
Dentro em mim.