Louco mundo

Nas crises de existência

Ela tinha competência

Sabia me iludir

Quando eu não mais aguentava

Num instante ela chegava

Ficava a me olhar, sorrir

Ah, como perfumada era

Que nem a doce primavera

Exalava perfume tão gracioso

O seu cheiro era divino

Suave, belo e feminino

Do amor alimentoso

Na realidade paralela

Eu vivia feliz com ela

Com delírios, sem decepção

Num imaginário projetado

Eu deixava configurado

Minha adorada simulação

Ela era loira como o sol

Tinha cabelos de caracol

Reluzentes no luar

Fantasiava-me a nobreza

Era a minha a fortaleza

Por que foram te matar?

Os de branco malditos

Deixaram-me aflito

Ao fazer você sumir

À força me vestiram

Depois comigo partiram

Sem deixar me despedir

Não me abandones fantasia

Quero-te como companhia

Deixa-me contigo sonhar

Detesto a cruel sociedade

Prefiro minha falsa realidade

Um mundo melhor de amar