EU

EU

No canto

De um barco

Observando no horizonte

O amor passar

Eu

Nas poses sem flash

Nos passos em saltos

Sobre as poças das dúvidas

Das teias nos altos

Eu

No olhar desenhado

No gesto tímido

No invólucro frágil

Na distância que se funila

No instante despercebido

Eu

Na vereda torta

De extensão sem fim

Na adesão dos sentimentos

Na verdade do engano

Eu

Transeunte na alameda lúgubre

Na abrangência dos fatos

No personagem dos atos

Atuante no cenário

Das cortinas fechadas

Eu

Simplesmente

Eu.

Jair Martins

Àgua Fria, 29/05/2014 - 23h59