Aquela Pedra
 
Era uma Pedra.
Encontramos-nos ali.
 
Era só a Pedra.
Montanha.
 
Escalei
a tarde caída.
O sol se escondia.
 
A Pedra só.
Só a Pedra.
 
No cume da Pedra
eu senti   a   solidão.
A solidão não era
tão mais só.
 
A Pedra me tinha.
Eu tinha a Pedra.
 
A brutalidade da Pedra
- dura, compacta, enorme –
me sentiu.
A Pedra virou menina.
 
A sensibilidade do menino
captou a força da Pedra.
Eu senti a Pedra.
 
A Pedra me susteve no alto.
Eu carrego aquela Pedra
vida afora.
 
Foi uma tarde regente
Que nunca permitiu a noite chegar.
 
Eu me tornei rocha
e a Pedra virou gente.

 
 
 
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 22/08/2014.
 
*Em memória de uma tarde na Fazenda Cruzeiro
em Desterro do Melo na casa do Lilito.
 
Poema para Ange
                      de Lo.
 
Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 03/09/2014
Reeditado em 28/06/2016
Código do texto: T4948485
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