ANJOS FAMINTOS
É a sina dos amantes tolos
Os arroubos de amores frementes
Esses vãs tremores de luz ausente
Que depois de findo trás o desconsolo
É o fim do sonho interminável
A saída enfim do labirinto
A morte dos anjos famintos
Que alcançaram o inalcançável
A paixão morre por envenenamento
Nas doses dos ardentes beijos
E a cada olhar louco de desejo
Morre pouco a pouco esse sentimento
Esse querer é apenas uma linda e maligna flor
Quisera fosse essa paixão eterna
Que de gozo mata e de dor consterna
Mas, infinito mesmo somente o amor.