Poema
Quem quer ser um cego
Que vaga no mundo dos sonhos?
Ou um velho sujo e ébrio
A cantarolar seus desejos tristonhos?
Quem quer ser a noite?
Essa nobre e fina dama.
Que apetece o fascínio do açoite
E coloca as crianças na cama.
Agora eu sou meus versos dispersos
Que querem existir e insistem
Ressoam por dimensões do meu próprio universo
Mas, depois de presos no papel, desistem.
Querer parecer ou ser
É uma obra incessante da imaginação
E em todo instante queremos mais
Do que o que temos nas mãos.