Caminhando

Caminhando pelo mundo

Sentindo a vida lá no fundo

Vendo tudo de modo profundo

Deixo de ser moribundo

Caminhando rumo a cachoeira

Chego a um banco de areia

Pulo na água para tirar a poeira

Cansado, descanso embaixo da goiabeira

Caminhando pela praia

Não fujo da raia

Lá tem gente da minha laia

E tem moça com rabo de saia

Caminhando pela cidade

Vejo gente sem dignidade

A sociedade não tem capacidade

De mudar essa realidade

Caminhando pelo sítio

Vejo a horta de meu tio

Que se encontra doentio

Pois dedica sua vida somente ao plantio

Caminhando pela floresta

Vejo o fogo que a infesta

Pouco da nossa mata nos resta

O dinheiro nos trata como besta

Caminhando pelo rio

Vejo seu afluente tributário

Vejo um navio

Seguindo seu itinerário

Caminhando com um amigo

Esqueço do meu inimigo

Não olho mais para meu umbigo

E encaro melhor o perigo

Bruno Augusto Valverde Marcondes de Moura