Por certo não vês


Por certo não vês, como eu talvez não veja,
Que temos um destino previamente traçado,
Que nos conduz por tantos caminhos trilhados
Por onde passamos, infensos ao que se deseja.

Por certo não vês esta dor que nos contagia,
Por nos sentir sem rumo, como uma flecha
Atirada ao léu, ou até mesmo como a mecha
De uma bomba que explodirá nos céus, um dia.

Eu sinto-me assim, como desvalido menino,
Perdido em meio à inexorabilidade da vida,
Vivendo-a como se me apresenta, atrevida,
Sem saber onde começo ou onde termino.

E, mais que tudo, ora sinto em nós presente,
Nossos destinos estão há muito determinados,
Que não importam os descaminhos caminhados,
Atingiremos um dia nossa meta, mesmo ausentes.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 02/09/2014
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