Em toda parte
Caminhos secos e rachados
telhados em tons amarelados
camuflado sobre a vegetação perecendo
águas a cada dia se esvaecendo
Marcando encostas
vivendo de lembranças passadas
inesquecíveis eram aquelas datas
e agora de mãos atadas
Agora, o verde já tão cinzento
terra quente e trincada
que não há mais vida
água barrenta sem sobra de nada
Lavouras secando
de uma terra agora tão castigada
que se plantando nada dar
segurados por promessas desgastadas
Promessas em vão
Coronéis da ilusão
destruidores de sonhos de um futuro melhor
provocadores de tanta dor
Crianças já sem lágrimas para derramar
animais sem forças pra se levantar
Fome apertando
Miséria massacrando
E como sobreviver plantando?
nesta terra já sem vida
que nada mais se dar
seca e rachada
Chão pedindo auxilio social
terra maltratada
devolve a vida,
a esses filhos de Deus
Políticos que se barganham
enquanto povo perece
rendas que não chegam
a quem necessita do agora e não do amanhã
Que volte o verde
e quando a água transbordar
enchendo de vida está terra
onde tudo plantando se dar
Seca maldita
se torne lembranças passadas
políticos de falsas promessas que sejam esquecidos
torne social pra quem precisam ser lembrados
Que seja abençoada,
iluminada,
que em tudo tenha abundância
que se renove a vida.
Adriano Lima