Escreva
Registra o que te sobra
É o pensamento que te cobra
Para não deixar de existir
Escreve, pois não estarás sempre aqui!
A memória se esfacela como pó
Principalmente para quem se sente só
Na harmonia do inquietar
Que solta uma enxurrada de sorrisos tristes
Algo diz para ficar, mesmo doendo tanto
Tudo se explica ao complicar
E assim é que nós entendemos
E associamos a vida ao pranto
Informados e conformados,
Dessa forma vamos, e dizem que vivemos
Aprender a seguir, seguindo, sentindo
Coisa que se entenderá depois
Ao ser decifrado no ar das eras
Portanto, escreva, antes que acabe
Antes que o papel acabe
Diante de um cadáver
Distante a qualquer memória