DESEJO (Despindo os véus)
Vestia-se com sete véus
Um para cada pecado
Desejo dos tabaréus
Insidiosos a seu lado
Não pertencendo a nenhum
Vida no fio da navalha
Simples lugar comum
Dar causa a muita mortalha
Sem almas a seduzir
Corpo sensual nas danças
Falsa ternura ao mentir
Causou mais de mil vinganças
Na fome por sua beleza
Quantas promessas ao Cão
Pratos rolaram da mesa
Facas surgiram na mão
Brotaram ódios e fúria
Sangue nas taças de vinho
Sonhos de noite em luxúria
Restaram pelo caminho
Ao par da vez escolhido
Prazer jamais coração
Depois o orgulho ferido
Uma próxima vez, não!
Jamais pagavam seu preço
Sorria ao ofertarem riqueza
Atrás do jeito travesso
Nos olhos certa tristeza
De dia espalhava preguiça
Diz-que-diz entre comadre
Pedia perdão na missa
Convencia mudança ao padre
Cúmplices e sem alarde
Homens de joelhos ao Céu
Era o Sol descair na tarde
Queriam despir seu véu