SER OU NÃO SER ANALFABETO

SER OU NÃO SER ANALFABETO

Sem saber o que a palavra quer dizer,

Eu fui analfabeto de pai e de mãe.

Na cidade diante duma porta, porém,

Vi um escrito pintado na ombreira,

Mas para mim aquilo não era nada.

Entrei e chegou gritando a porteira:

Seu analfabeto você não sabe ler?

O escrito diz, proibida a entrada!

Envergonhado á porteira perguntei:

Então eu não sei ler? Como aprenderei?

Ela me respondeu com benevolência:

Vá numa escola, busque um professor.

Eu fiz da escola meu lugar predileto

Nela lutei aprendi com muito ardor

A ler e a escrever. Enfim a ciência!

Assim deixei de ser um analfabeto.

Hoje sei que analfabeto é também

Aquele que está sabendo ler muito bem

Mas que perdeu o hábito da leitura.

Ele trocou os bons livros pela tela.

Ali até tem jornal e tem novela,

Há filmes d'amor, ação e aventura.

Assim não precisando praticar o ler

Ele perderá toda a essência do saber.

O teólogo que nunca lê a Bíblia

Só lendo tradição e filosofia

Mesmo formado em ciência divina

Ele sobre a Escritura nada ensina.

O ensino da religião lidera.

Embora pelo crente seja amado,

O Autor da Escritura o considera,

Como um analfabeto um iletrado.

O escritor que deve seu nome defender,

Usando palavras difíceis d'entender

Para entre os ricos se tornar notado,

Para mim pode vir a ser iletrado.

Tem maior valor o escritor popular,

Usando palavras simples e diretas

Que me poderá ajudar a cultivar

Amor pela leitura e pelas letras.

O maior exemplo d'analfabetismo

No meio político é encontrado.

Pela sede de poder e egoísmo,

E para dourar seu prestigio pessoal

Alguns políticos nas leis não querem ler.

Especialmente na lei eleitoral.

Sem vergonha o código é violado

Para uma eleição nunca perder.

Eu que agora analfabeto já não sou

O segredo das letras, aprender eu vou.

Muito verso, muita prosa vou escrever.

Será minha maneira de agradecer,

Á pessoa que me tirou da escuridão

E que considero como um salvador.

A ele estou dizendo de coração

Muito obrigado meu querido professor!

Nota do autor: Poema incluido na obra épica intitulada:

AO NOBRE POVO BRASILEIRO

Victor Alexandre

Victor Alexandre
Enviado por Victor Alexandre em 20/05/2007
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