O que será de nós após a meia noite?

Há uma festa. Há um baile

E todos os convidados parecem estar entretidos

Mas o badalar do pêndulo do relógio anuncia

A meia-noite se aproxima

Contudo, com isso os convidados parecem não se importar

Querem apenas se divertir, querem apenas festejar

Entretanto, ignoram um fato

O inescapável fado

O fim está próximo

A festa está por acabar

Bailam todos freneticamente

Num ritmo sincopado

Para aproveitar até o último segundo

Alguém se questiona:

O único maldito

Ao acabar a festa, acabar-se-á o mundo?

O que será de nós após a meia noite?

Para onde iremos? Para onde irá cada um?

Haverá outros bailes?

E os convivas? Continuarão amigos com juras de amor eternas pelos outros?

E o desgraçado, ao invés de aproveitar enlouquecidamente

O final da festa – Vira-se ao relógio e começa a contar

Quanto tempo resta para a festa terminar

Minutos – a meia-noite se aproxima

Mas ainda resta muito (muito?) tempo

Porém, à cabeça não lhe entra tal pensamento

Pensa que a festa será o derradeiro momento, onde despedir-se-á dos companheiros

Adeus meus queridos! O prazer de conhece-los foi meu! A gente se vê pela vida (talvez)