Os encantos dos enganos de criança
Do papai Noel eu já sabia
Mas eu achava que a girafa
De pescoço quase mitológico
Também não existia
Que se eu guardasse
O rabo de uma lagartixa
Nasceria o resto da bicha
(e eu guardei alguns, que brisa!)
Passei bom tempo achando que chouriço
Era o "sapólio" que minha mãe em serviço
Respondia que era para a pia limpar
Toda vez que eu ia lhe perguntar:
“Ôw mãe, o que é isso?”
Um dia, na casa de uma tia
Me ofereceram pra jantar
Eu chorei em agonia
Eu não queria a boca ensaboar
Acreditava que o Pluto era cachorro
E o Pateta e o Mickey eram gente
Pensava que os desenhos eram de verdade
De bicho e gente que de tão legais
E diferentes viravam figuras
Pois já tinha visto a mágica acontecer
Com o Batman e o Superman na TV
E assim, eu vivia procurando o Pluto na rua
Uma amiga e eu tínhamos como amigas
Duas grandes e lindas pedras no fundo do quintal
Daniela, era a amiga gente, das pedras,
Não me vem agora os nomes à mente
Mas a gente jurava que elas nos ouviam
E sentiam, até sussurravam, às vezes
E choravam com a chuva, e a gente com os olhos
Grudados no vidro da janela
De não poder sair, pra brincar com elas
Já com a prima Jaqueline
Inventei um mundo louco e sublime
Éramos líderes de um grupo mágico
De seres encantados do nosso jardim
Eu liderava as borboletas fluorescentes
E ela as brilhantes fadas-bailarinas. Imagine!
Não recordo se haviam dizeres pra isso
Mas era no encontro das pontas dos indicadores
Que nos conectávamos com esses seres encantadores
Nas nossas tardes no paraíso.
p.s.: rolou aqui uma pequena correção, o Pluto não era do Pateta, pateta sou eu que me perdi na minha própria imaginação... rs
&lis*
29/08/14