A SÚPLICA AMANTE
 

 
Seu fluxo sanguineo
queria desatar-se
das correntes
ofensivas de um amor
que abre um longo
caminho até
tirar suas roupas
e ver o que sobra de si
as poucas bobagens
do interior
querendo viver lá fora
não fazem
a diferença sentida
querendo também sair
explode uma voz
mediocre do tempo
a risada do vento
nada me diz
se nada me traz
de volta um fim
qual fim permanece
no meu instinto
se o que sinto
falta você
vem alimentar
o que ainda de você
me contém
tenho sulcos
maduros de outras
diversões que fiz
minha primeira
valsa
tinha uma entrada
falsa
qual verdade pode haver
numa idade
que se perde
de encanto
o canto suspirado
harpas tocadas
que me ouvido
abria portas de um inferno
onde mandrágoras
cresciam pra
respirar você
pétalas bocas amigas
minhas
também sorviam
o derrame de um passado
agora percebido
que olho pintado
sobre o solo
caminhado de nós dois
a eternidade
é uma visita a outra margem
sem que a imagem
postada
fique num canto reservada
porque as palavras
eram inimigas
do sonho...