HORA MARCADA
Eis o meu maior desencontro.
Estávamos na contramão de nossas sinas
Cheios de amor
Cheios de vida
Cheios de juventude
E não percebíamos
Em meio à convulsão dos sentidos,
Um para o outro,
Fingindo-nos passageiros do acaso
De uma estação qualquer
No vagão da vida
Que encontram rostos desconhecidos
Num esbarrão,
E apenas entreolham-se
E passam.
Tontos, não sabíamos,
Que o coração eterniza o seu olhar
Da imagem-emoção,
Sempre que perde a hora
Do embarque de um destino marcado.