Eixo
Luz que circunda o mundo
Verbo que fecunda bem fundo
Mistérios da vida profunda
A vida passa em um só segundo
Pensamentos infecundos
O pêndulo oscila em torno de um ponto fixo
O eixo perpendicular inclina no inverso perfeito
O que deixou de fazer, tem jeito?
Se voltasse, viria perfeito?
Sou suspeito!
Não gosto de recordar o malfeito
Até mesmo o bem que foi feito
Passou, errado ou direito
Foi vivido, não tem como ter preconceito
Debruço no parapeito de minha janela
Sinto a chuva, perfeita, serena
Junto com o orvalho da noite
Com nuvens que encobrem a lua
Transeuntes descem a rua, fria, escura,
Oriundos do Monte que abraça
Apazígua, capacita
O bom da vida...
É viver não sofrendo pelo passado
O dia de hoje, como presente
O amanhã fazermos diferente
E há quem invente
Darmos a volta por cima
Viver no futuro
Morrer no passado
E nascer para o grande presente
O despertar do nosso consciente