CASTELO

O castelo tem muralhas

e armaduras e mortalhas...

Espadas e adagas

na defesa do inimigo...

Mas dentro dele tem segredo

que o liberta do medo

e já não era em tempo

de surgir as novas armas...

Indiferença e frieza

para combater a dor da mágoa

que vai perfurando a esperança

da construção da areia do sonho...

Dureza e firmeza

do zumbi adormecido da vida...

Sai ternura, sai singeleza

na escuridão do ser real...

A morte de todos os dias

é a vida que nasce no ontem

na vida que é sepultada

no vazio do que se perdeu...

O castelo se fortifica

com rajadas e tempestades

saída do canhão do sentimento

na batalha de sobreviver...

Que venha a frieza

com seu frio universal

aquecendo o ódio

que se derrama em sangue...

E a indiferença borbulha

como a adaga fatal

cessando todas as batidas

do coração viajante...

O castelo se fortificou

sem esperanças vãs,

com espadas,com adagas,

com tristeza e com a dor...

Olhos vítreos,

coração de chumbo...

Distância próxima

da ternura endurecida...

Nasce a nova fortificação!

Não mais cinzas, não mais sentimentos...

Alça vôo na desesperança

da dureza e da frieza...

carline
Enviado por carline em 28/08/2014
Código do texto: T4940668
Classificação de conteúdo: seguro