O SONO MÓRBIDO
 
Maços atirados
Aposta sofrida
Desastre a vista
De um gole
Que nunca foi bebido
Deixava marcado
O jogo amigo
Antes do convívio
Com a infância
Desprevinida do asco
O casco benzido de sangue
Permanecia
Aos olhos dela
Vidrados
Parecem dizer
Algo ao vento
E ao marasmo da vida
Que ali morria
Havia apenas um pássaro
Cantando
Na janela do canto
Onde a mão estendida
Pedia ajuda
Que o fôlego
Relutou até morrer
O que seriam falas
Abrigam agora
Uma verdade vazia
A dama sensual
 olhava um céu
Que era cinza
E pingava sua sorte
De lá de cima
Na escada
 alguém queria descer
servisse dos loucos
que jóias lhe davam
pelo pouco que tinha
nada sobrou
Hades crivado
Nas mãos do homem
Do lado
Que ainda tinha
Sua arma na mão.