O VENTO
Um vento frio sopra por minha janela
Alcança meu tórax nu como um acalanto
No céu vejo o brilho gasoso cintilar
E eu aqui sozinho sentado no canto
A música intermitente que pelo ar se perdeu
Um toque imperfeito da sonoridade contemporânea
A TV ali parece mais solitária que eu
Apresentando-se apenas para um sofá vazio
O sono que atormenta é pura insensatez
A hora que passa só passa por mim
Que a noite de hoje que será o dia da vez
Vá embora e leve o fantasma daqui
Os dias pesados parecem que vão
E que daqui pra frente tudo vai mudar
Como o vento frio que gela o querer
A vitória que é minha ninguém vai tirar