CRÔNICO
 
 
Carregou ao que parecia
Ser duas armas
Trocadas na venda
Por um quilo
De saudade
Que abrigará paz
Dentro de si
Mas do que outros
Poderão sentir
Foi ao espaço e voltou
Não viu nada
Lamentou
Será que agora
Terei a mesma coragem
De sair do nada
E ir p’ra outro nada
Ainda mais vazio
Aqui ao menos
O frio me tem
Como delinquente
Devorado
Pela mente
Que quer a mentira
Ainda que salgada
No filtro
Da indomada vista
Que viu na morte
Uma Deusa
Do que um velho cajado
Na mão de um
Monstro
Que sonhos nos causam
Quando voltam
Trazendo vitrais
Desenhados
De belezas do ente
Martírio
Ainda que lindo
Posta vida sem
Sentido
A minha já indo
os favores dos outros
Pediam que deixassem
Na porta ao sair
Uma mensagem
Num embrulho
Trançado
Com moedas pequenas
Pra que seu barco
Fosse na penumbra
E ficasse
Determinado
A encontrar
O Sem Nome...