Imagem do Google
NO MAR
Num mar de calmaria,
Aguardo-te de vela içada
Meus olhos cansados
Consultam as estrelas
Perscrutam vultos distantes
De alguma assombração.
Nem um sopro de brisa
Nem uma onda malsã
Nem um suspiro de gaivota.
Somente uma lágrima quente
Faz-me sentir não estar morta.
Mas se meu corpo balança
Se és apenas uma lembrança
Já não sei discernir.
Será que fui tua um dia
Ou apenas a água fria sabe que estou aqui?
Agarro-me no mastro sem vida
E sinto a dor da ferida
Do remar sem destino.
Sei que foi o meu desatino
Meu erro sem inclemência
A ferir-me a consciência
Do pecado que cometi.