Dono de Mim

Escrevo seu nome em verso e prosa,

em mares distantes de sonhos vividos e finos.

Só tenho um modo de te encontrar: te sonhar.

Meu encanto não passou quando você se foi,

deixou de ir a cada minuto que ia e vinha ao seu encontro.

Eu era a sombra que tinia em seu recanto.

Maduro e incondicional estava meu verso, seu verso, meu canto.

Fui atrás de minha voz,

quando retornei te ouvi dizendo meu nome com notas de amargura.

Tolhi meus medos,

meus membros inseguros,

taciturnos,

sem veracidade, sem vontade,

desabando. Fiz todos os caminhos que andei,

tracei meu destino,

meu por do sol era meu momento melhor.

Foi encanto,

foi sorriso,

foi paixão.

E foi dor.

Mas a dor já era aliada a momentos de voltas em torno de mim.

Pra te encontrar andei milhas e milhas e milhas.

Ainda não posso dizer que passava,

que passou,

que vai passar,

só digo que fui mais mar do que céu,

mais praia do que deserto e que tentei não te levar,

mas você não quis ficar.

Tentei não te querer,

mas meu coração não se rende às convenções.

Ao contrário, ele cria as convenções,

respira as próprias regras.

Devolve tudo que não condiz com seu modo de encarar a situação. Rejeita tudo que não corrobora com seus desígnios.

Dono de si mesmo e de tudo em volta.