O ABISMO DA GUERRA NO MUNDO
Oh, minha alma que corres entre a chuva
Gasta dos pensamentos fantasiosos,
Parece que não encontras o caminho
Para a vida de sorte tão deserta...
Só vês tristeza neste mundo atroz
De guerras e mais guerras desumanas,
Onde as crianças morrem pela fome
Das dores que somente a morte cura.
Os corpos já cansados de lutar
Contra a maré de fogo matador,
Caem no chão agreste desta vida
Tão repleta de mentes assassinas!
O abismo está na terra sepultado
Juntamente com a gente amordaçada,
E as flores crescem como uma esperança
Que sobrevive aos tempos tão cruéis.
Os homens rudes mentem de contentes
Rostos e humilham outros desgraçados,
Que só por não quererem mais miséria
São assim em tortura condenados.
Entre balas perdidas e canhões
As estradas estão tão bem cercadas,
Parece que não há fuga possível
E a morte assim se torna inevitável.
No ar o cheiro de pólvora constante
Denota a destruição de forma forte,
E as árvores caídas mostram tudo
O quanto custa a negra mortandade;
E as pedras destroçadas têm as marcas
Do sangue derramado pelas vítimas,
Que ao fugirem da guerra foram mortas
Sem existir qualquer contemplação.
O poder tão insano em ditadura
Está presente como um deus de guerra
Poderoso em tamanha crueldade,
Que mata a paz da gente censurada.
Pois nesta terra não há vil pecado,
Tudo parece ser tão permitido
No reino da perfeita impunidade,
E em um mundo à maneira do diabo.
As trevas que circundam este mundo,
Dominam como querem que ele seja,
Um lugar tão isento de piedade,
Onde haja só desgraças e clamores!
Ângelo Augusto