Covinhas pantagruélicas

Mais que tempo (que passa)

menos que pouco (que faça)

uma hipótese levantada, sentada, deitada, enfim, inquieta:

acende um cigarro,

ascende uma alma.

É delicadeza de beicinho virado

que desejei para meu último poemeto

e soneguei compreensão aos meus irmãos:

Pirotecnia

Amor Condor.

Um dois três quatro cinco seis sete oito e contando

nos dedos que não tenho

que não contabilizam.

Uma covinha na bochecha,

rasa, desimportante.

Outra covinha, outra covinha

que escassamente ocultam gretas de solas de pés:

um pé-de-vento, um pé-de-flor, um pé-de-gente.

Rigor mortis.

Rigor, mais rigor, Homens!

Dionísio engole Apolo da derme para as entranhas,

em seguida, Apolo engole Dionísio das entranhas para derme

e agora, senhora, senhor, que sobra?

Que fazer com tantos cadáveres

numa cidade tão limpa, brilhosa e higienizada?

Welliton Oliveira
Enviado por Welliton Oliveira em 26/08/2014
Código do texto: T4937118
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