Vem buscar meus sonhos...
E quando abrirem-se os portões fechados,
e por ali sumirem todas as minhas flores,
vem buscar meus sonhos que são as tuas cores
por meus caminhos de carinhos descruzados.
Ultrapassa os marcos dos portões dos tempos
e ouvirás o silêncio solitário desses ventos
na solidão de meus jardins tão desolados.
A um canto, num banco rústico e vazio,
caídos meus abraços no gemer de frios,
qualquer tarde perdida, tão sem luz,
os meus céus sem horizontes e sem azuis.
Aquém do espaço, em fantasias, soluçando,
um minuano ventando, soprando, me levando.