O DESCONHECIDO ENCONTRADO
O DESCONHECIDO ENCONTRADO
Queria tanto saber tocar um instrumento,
Talvez eu compusesse uma música de réquiem,
Morrendo na sarjeta como anônimo feliz,
Desconhecido compositor romântico...
Nas minhas letras cantar meus sonhos,
Talvez também minhas decepções tolas.
Com o sangue saindo dos meus pulsos sorrir,
Mas tocando um violão no banheiro publico,
Fétido e nojento banheiro de rodoviária...
Seria apenas um desconhecido a mais passando ali,
Um desconhecido passageiro músico e suicida...
Numa banheira que amo também eu posso partir,
É tão fácil derrubar o secador de cabelos nela,
E eletrocutado apenas sorrir e partir ao desconhecido.
Ser achado por desconhecido no banheiro,
Ser achado na banheira por desconhecidos,
Embalado num saco e colocado numa fria maca,
Talvez falem que foi apenas um acidente besta,
Mas todos falaram que um dia antes eu sorria,
Cantava “flor de Liz” e sambava como sempre...
Será quem vai me reconhecer na sala fria?
Qual o anjo que estará com a pessoa em pé me vendo?
Terei partido cansado dessa misera vida,
Tendo a lembrança das peles que toquei,
Nas musicas que nunca nessa vida toquei...
Mas eu cansei e sem seus lábios... Parti.
André Zanarella 15-09-2013