TEMPO DE SORTILÉGIO * Na palavra...

Saboreio os sentidos da palavra,

a palavra no verso da canção,

a subir, na tontura da evasão,

onde nada ou ninguém a cala ou trava.

A palavra que salta do papel

a ganhar-se papoila a mais vermelha!

E sangrando na cor, seduz a abelha

tão sedenta de pólen-raro mel.

A palavra que trémula floresce

nos nocturnos doídos da incerteza,

onde o verso recusa ser a presa

que, vergada, se rende e deliquesce.

A palavra canção e melodia

que se inventa nas pétalas da flor

e é o mel de dulcíssimo sabor

alentando a porfia cada dia…

José-Augusto de Carvalho

23 de Agosto de 2014.

Viana*Évora*Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 24/08/2014
Reeditado em 03/08/2018
Código do texto: T4934831
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