Ensaio-me

Sim, eu sonhava.

Planos fazia aos céus,

Juras de amor aos mares.

Flertava com o silêncio

No fim de meus desejos.

E continuei a sonhar.

Alcei voos mais altos.

Vi-me preso à boca

Do negro universo

Com planetas vazios

e burras constelações.

Pra quê tanto espaço

Se hóspedes não há?

Deus é um ignorante?

Pois criou a imensidão

Inabitável que serve

Apenas para confundir

Os intitulados sábios.

Mas creio que não...

E acrescento mais:

Grato sou ao Mentor

Desse abrigo poético.

Ele sonda o choro

De pobres apaixonados

Que não possuem nada,

A não ser uma caneta,

Um papel e um lindo céu

Para se embriagarem

Com a amarga lágrima

Que banha rostos indigentes,

Mas com algo que os unem

De maneira bem simbólica:

Todos um dia souberam o que é amar.

Fábio Simão
Enviado por Fábio Simão em 23/08/2014
Código do texto: T4934144
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